O ocultismo
Sabe-se muito pouco sobre o ocultismo. Por isso é que se chama assim.
Para além disso, o Sr. Fernando Nogueira é uma figura nacional, é procurado por gente da alta, do futebol, da finança, do poder, até do estrangeiro, trata o diabo por tu, fala aos jornais, aparece nas televisões, é entrevistado pelo Manuel Luís Goucha na TVI, é assunto da Joana Marques na Rádio Renascença, faz-se fotografar em férias com Lucília Gago, procuradora-geral da República, acerta amiúde no euromilhões, tem sítio oficial na internet e, sendo de Guimarães, porque ninguém é perfeito, podia muito bem escolher o nome que lhe apetecesse, com mais ou menos molho e lantejoulas, mas não, preferiu-nos, faz questão de ser o Bruxo de Fafe, sorte a nossa. Simplesmente Bruxo de Fafe, insistentemente Bruxo de Fafe, e, orgulhoso, dá a esta marca que também nos envolve o indesmentível cunho de garantia: "Eu sou o Bruxo de Fafe, não sou charlatão!", costuma declarar quando interpelado por desconfiados ou incréus, honrando-nos a todos, e eventualmente nem todos o merecemos.
Portanto, não me canso de repetir: mas qual Dia das Bruxas, mas qual Halloween, ó meu Deus, ainda por cima Halloween! Em Fafe, não! Estamos servidos. Em vez de encher a Biblioteca, o Teatro-Cinema e as ruas, se não chover, com bichas cabeçudas, pragas de conserva, abóboras de plástico, esqueletos desengonçados, teias de aranha a fingir, morcegos em cartolina, rolos de papel higiénico e bruxas desencartadas, tudo à americana, tudo copiado de lá de fora, tudo tão longe das nossas verdadeiras tradições, melhor faria o Município se olhasse para o que tem à mão e declarasse oficialmente o dia 31 de Outubro, já este ano e doravante, Dia do Bruxo. Do Bruxo de Fafe. Era de justiça.
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