segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Contra fatos não há argumenctos

Desorientação sexual
A verdade é só uma: ele ainda não consegue distinguir um tecto de um teto. E elas levam a mal...

Eu tenho um fato. Um. Comprei-o pronto a vestir em 1987, se não me engano, para um casamento, isso é certo, e ficava-me muito bem. O casamento para o qual eu comprei o meu fato já teve pelo menos dois divórcios, só do lado do noivo, e outras complicações. O meu fato, não. Mantém-se fiel e simples. Eu tenho um fato que é um facto à moda antiga. E nem sei se ainda me serve, sequer se estará em condições de ser vestido. Mas é o meu fato. E contra fatos não há argumenctos.

Sou esbraguilhado por opção. Ao longo de quase quarenta anos, usei o meu fato mais quatro ou cinco vezes nos casamentos de mais quatro ou cinco amigos, sobrinhos e primos, e deram também já quase todos em divórcios, num par de ocasiões solenes em Fafe, para agradar à minha mãe, que gostava de me ver todo tirone, numa excursão copofónica a Lisboa para acompanhar o Prémio Gazeta do nosso Agostinho Santos, entregue pelo Presidente Mário Soares, e numa ou duas idas à televisão para aparecer bem por dever de ofício. É, portanto, um fato praticamente novo, mas ando agora preocupado: o casaco é de trespasse. Sem chave na mão.

Para quem se interesse por estatísticas: também tenho um par de sapatos. Um. E também não sei se ainda caibo lá. De resto, é com botas e sapatilhas que me governo. E tenho quatro bonés e três mochilas.

Sem comentários:

Enviar um comentário