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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Contra fatos não há argumenctos

Desorientação sexual
A verdade é só uma: ele ainda não consegue distinguir um tecto de um teto. E elas levam a mal...

Eu tenho um fato. Um. Comprei-o pronto a vestir em 1987, se não me engano, para um casamento, isso é certo, e ficava-me muito bem. O casamento para o qual eu comprei o meu fato já teve pelo menos dois divórcios, só do lado do noivo, e outras complicações. O meu fato, não. Mantém-se fiel e simples. Eu tenho um fato que é um facto à moda antiga. E nem sei se ainda me serve, sequer se estará em condições de ser vestido. Mas é o meu fato. E contra fatos não há argumenctos.

Sou esbraguilhado por opção. Ao longo de quase quarenta anos, usei o meu fato mais quatro ou cinco vezes nos casamentos de mais quatro ou cinco amigos, sobrinhos e primos, e deram também já quase todos em divórcios, num par de ocasiões solenes em Fafe, para agradar à minha mãe, que gostava de me ver todo tirone, numa excursão copofónica a Lisboa para acompanhar o Prémio Gazeta do nosso Agostinho Santos, entregue pelo Presidente Mário Soares, e numa ou duas idas à televisão para aparecer bem por dever de ofício. É, portanto, um fato praticamente novo, mas ando agora preocupado: o casaco é de trespasse. Sem chave na mão.

Para quem se interesse por estatísticas: também tenho um par de sapatos. Um. E também não sei se ainda caibo lá. De resto, é com botas e sapatilhas que me governo. E tenho quatro bonés e três mochilas.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Pespontamento

Era alfaiate. Mas não era de modas. Podia ser uma ave pernalta limícola da família dos recurvirrostrídeos, de bico comprido, fino e muito curvado para cima, patas azuladas e plumagem branca e preta, mas não. Era um insecto aquático, hemíptero, da família dos hidrometrídeos, de pernas longas, que se desloca sobre as águas. Exactamente. Alfaiate. Quem for de Fafe e de rios, sabe do que eu falo...

domingo, 26 de janeiro de 2025

Metia-se a cotio

Antigamente metia-se a cotio. Cotio, para além de nome de uma casta de figos algarvios ou de uma variedade de grão-de-bico, quer também dizer, como adjectivo, que coze facilmente. Cotio era coisa de todos os dias, de uso quotidiano. Cotiar é trazer a cotio ou quotidianamente, gastar com o uso ou, até, regionalmente, motejar. É usar-se muito a miúdo, repetir-se. Havia a roupa de domingo e a roupa da semana, quer-se dizer, a roupa de cotio, do dia-a-dia, assim nos organizávamos em Fafe. Com o tempo e a missa e a traça, a roupa de domingo ia ficando desbotada, coçada, puída, picada, então metia-se também a cotio, servia para o trabalho, para a vida de casa ou para a labuta no campo. Era. Antigamente metia-se a cotio.