Apontamento musical
Era um pequeno apontamento musical. Estava escrito num "post-it".
Uma vez, há muitos séculos, levaram-me a uma espécie de concerto no auditório do Conservatório de Música de Braga. Eu estava no seminário, teria no máximo os meus dezasseis anos e portanto que remédio. Fomos talvez para compor a sala, não faço ideia. E aquilo foi muito chato, não é para me gabar. Pela primeira vez na vida ouvi Béla Bartók, por interposta pessoa, e Cândido Lima, por ele próprio, creio que também com direito a comentários, ainda por cima. Saí de lá muito zangado com a padralhada e convencidíssimo de que o que acabara de ouvir não era música, até porque já tinha aprendido nas aulas que "música é um conjunto de sons agradáveis aos ouvidos", e na verdade eu vim cá para fora com as orelhas todas fodidas.
Que se segue? Descobri recentemente que existe o Dia Internacional da Música Estranha, festejado a 24 de Agosto, e lembrei-me deste lamentável episódio, que me marcou como ferro em brasa até aos dias de hoje. E então, quer-se dizer, talvez aquilo fosse isso: música estranha. Mas eu não sabia. Devo acrescentar, em minha defesa, que entretanto mudei de opinião a respeito daquela, digamos assim, especialidade musical. Mudei de opinião, mas apenas um bocadinho...
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