O preço da fé
No tempo em que a fé era de graça, copo e vela dez tostões. Isto em Fátima. No Pérola Negra, copo e bela um conto e quinhentos.
Outro dia, nas cerimónias de Fátima, vi pela televisão e nem queria acreditar. Um sacerdote a fazer um sinal-da-cruz tão aldrabado, tão aldrabado, que, se a
minha mãe o visse naqueles atabalhoados preparos, o mais certo era enfiar-lhe duas ou três lamparinas bem assentes. Um padre, e ainda por cima no altar, no altar do mundo, a dar o mau exemplo, a gatafunhar um sinal-da-cruz como se fosse jogador de futebol entrando em campo. Só faltou fazê-lo três vezes a trezentos à hora, destrambelhadamente, e depois beijar o dedo ou o pulso, levantar e assoar-se à sotaina e apontar para o emblema, para o Sagrado Coração de Jesus. Bem sei que a Igreja portuguesa anda um bocadinho nervosa derivado a isso da pedofilia e outros abusos, mas, valha-me Deus, é o nosso santo-e-senha, é o
sinal-da-cruz...
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