Gaba-te cesta
Era um homem muito antigo. Falavam-lhe em gigas e ele imaginava cestas...
Uma rapariga da minha idade, isto é, uma "idosa", descendo a Arcada em direcção ao Mário da Louça se ainda houvesse, em passeio, de braço dado e discutindo alegremente com o neto, moço com ares de universitário repetente e bem disposto, os dois perdidos de riso. Quadro bonito. Flagrante exemplar da harmonia familiar e do eterno conflito de gerações, a sabedoria dos
antigos contra a ignorância de hoje em dia. E diz ela, toda despachada e gramatical, aritmética, falando para o rapaz, sim, mas sobretudo para o redor, para quem a quisesse ou não ouvir, e suspeito que especialmente para mim, que lhe pareço de igualha e vou em sentido contrário, apontado à memória do Américo das Bicicletas: - O quê? Eu até sei as letras romanas, quanto mais! Vós agora é que não sabendes nada...
E realmente.
Agora, uma revelação. O Sr. Américo das Bicicletas, que eu conheci muito bem, era, se não me engano, padrinho do meu padrinho e tio Américo. O que quer dizer que o Sr. Américo das Bicicletas era praticamente meu padrinho-avô, e eu nunca tinha pensado nisso, o que é extraordinário. Pensei hoje, agora, sem mais nem menos, ou por causa dos números romanos, e fiquei muito feliz. Porque eu gostava muito da figura do Sr. Américo das Bicicletas.
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