terça-feira, 23 de dezembro de 2025

A sorte do Benfica foi a baleia

Golo de bicicleta
Que extraordinário golo de bicicleta! Um golo estratosférico, sensacional, fabuloso, espectacular, fenomenal, incrível, magnífico, maravilhoso, brutal, top - consoante os comentadores. Mas não valeu. "Futebol é uma coisa e ciclismo é outra" , explicou o árbitro, sinaleticamente falando, e nem precisou de ir ao VAR.

Jonas era profeta com escritório em Israel e Deus mandou-o a Nínive passar umas gáspeas aos assírios, que eram maus como as cobras e de uma crueldade bíblica para com inimigos e povos vencidos em geral. Jonas acagaçou-se com os perigos da demanda e tentou desobedecer a Deus, fugindo, disfarçado de Hercule Poirot, numa viagem de cruzeiro pelo Mediterrâneo. Bons tempos! Deus levou a mal tamanha manifestação de cobardia e diletantismo, caiu-lhe em cima com uma tempestade de criar bicho e atirou-o borda fora. Jonas foi engolido por uma baleia e por lá se acomodou durante três dias e três noites. Ao fim da terceira noite, isto é, ao quarto dia, depois do pequeno-almoço, a baleia deu à Costa da Caparica e o resto da história é bem conhecido: Jonas assinou pelo Benfica e em cinco épocas e muitas lesões fez 183 jogos e marcou 137 golos. O que convenhamos.

Jonas, o pistoleiro, pendurou as botas aos 35 anos e com as costas num frangalho. Tipo raro este Jonas, que também me incomodou bastante. Estimo-lhe as melhoras.
Por outro lado. Hermann Melville, autor do romance "Moby Dick", nasceu no dia 1 de Agosto de 1819 e morreu no dia 28 de Setembro de 1891, aos 72 anos. Dois interesses muito especiais do meu pai: clássicos da literatura mundial e o Benfica, Deus lhe perdoe.
E pronto. Não me canso de repetir: é por causa de histórias assim que o Natal é tão bonito.

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